EM DEUS PODEMOS CONFIAR
Confiar mesmo sem respostas, sem promessas, até mesmo quando nossa voz, de tão débil, já nem sequer provoca ecos. Sem medos, sem desilusões, com esperança firme, inabaláveis. Confiar mesmo com o céu escuro, em temporal, ou com o sol causticante e a terra rachada. Com o barco à deriva no mar revolto, sem esperança de chão. Confiar quando os amigos se vão, os parentes abandonam e tudo é solidão. Quando não tem pão nem teto seguro, trabalho e nem expectativa sequer. Quando o mundo gira, as horas passam, tudo caminha e parece que só nós não saímos do lugar. Confiar quando as enfermidades minam nossas energias e os médicos estão fora de alcance, muito mais os remédios, e nós ainda temos que trabalhar. Quando nos caluniaram e nós não temos como provar o contrário. Quando Judas nos traiu e não há como não morrermos... Confiar quando, como mendigo sob a mesa do rico, comemos migalhas e sentimos a baba da língua do cão sobre as nossas feridas abertas, purulentas e fétidas. Confiar que quando